Conexão. É assim que Megic Eric, nome artístico do cantor, compositor e produtor musical Eric Guimarães Camargo, define o poder da música. Transitando entre a MPB, o Pop Rock e o Indie, o artista lança no dia 03 de novembro seu primeiro álbum em carreira solo: “Vida Comum (Realismo Fantástico)”. Composto por 10 faixas, o trabalho aborda sentimentos, sensações e ciclos que fazem parte da vida de todos.
Gravado ao redor de diversos espaços entre dezembro de 2019 e janeiro de 2023, incluindo um home estúdio que o artista montou em sua casa, o estúdio de Caetano Veloso, com o cantor e técnico de som Lucas Nunes (Bala Desejo), além de estúdios como Iglu, 304, GÁ e Carolina, o álbum apresenta canções e faixas produzidas em parceria com o músico Guilherme Lirio, que já atuou com nomes como Bem Gil e Ana Frango Elétrico. Nas palavras de Megic Eric: É um disco feito de retalhos, entre gritos e suspiros, cantos de pássaros e de pneus.
Na busca por uma definição do gênero musical do álbum, Eric define seu trabalho como MPB Baixo-Astral-Tropical, mas com um olhar otimista para o futuro. Ao mesmo tempo em que transparecem as influências das canções de rock nacionais dos anos 60 e 70, bem como pitadas de música folk americana, a sonoridade contemporânea também se faz presente, inspirada por artistas atuais da música pop. O disco chega ao mercado pelo novo selo musical Rizz 4 Music, com distribuição da Ingrooves.
De acordo com Eric, em “Vida Comum (Realismo Fantástico)” o público irá desfrutar de dois tipos de músicas: as comuns e as fantásticas; canções tradicionais e experimentações sonoras. Um pouco de droga e um pouco de salada, brinca.
Fazer música é fazer mágica, é transformar o espaço em que se está, é conjecturar emoções, ideias e histórias que não existiam antes, e que nascem através das notas e letras. É a chance também de se manifestar um universo interior para o exterior de maneira muito pura. A música talvez seja a forma de arte mais eficiente para conectar as pessoas”, declara o artista.
Abrindo o disco, a faixa “Vida Comum”, lançada em maio deste ano, faz uma homenagem à avó do cantor, trazendo na letra questões universais, como o amor em família. Na sequência, “(vish / de areia)”, primeira faixa fantástica do álbum, traz uma experimentação em cima de duas músicas de sua antiga banda, chamada Baltazar, onde “vish” é apenas instrumental e “de areia” um fragmento de um lamento sobre um amor passado. Já “Teu Calor”, a única que não é 100% autoral do trabalho, lançada em setembro e composta junto com Pedro Mib, conta com o solo de saxofone assinado pelo multi-instrumentista Milton Guedes, Luluca dividindo os vocais, além dos músicos Marcelo Costa, Pedro Fonte, Cadu Fausto, Bruno Dilulo e Guilherme Lirio, que também assina a coprodução do álbum.
“Toda Natureza”, composta na pandemia, reflete sobre como ser humano é ser invariavelmente parte dela. “É compor o corpo da terra, assim como milhares de seres estão nesse exato momento vivos dentro do seu corpo, compondo o que chamamos de “eu” ou “você”. É a mesma viagem de Vida Comum.”, explica.
Em “(?)”, originalmente chamada “Lembra Quando A Gente Se Encontrou?”, composição de 2016, o artista fala, mais uma vez, de um amor intenso e arrebatador que se desfez. Já “100%”, composição mais recente que figura no disco, levanta o debate sobre sobre vício em celular. A faixa “(ahahahha…)”, outro extrato fantástico, nasce de um samba composto anos antes. Acabei me desconectando da gravação e resolvi experimentar ‘jogá-la na parede’ para ver o que acontecia. Acabei gerando 3 versões diferentes da mesma música, e costurei as três juntas num riso nervoso nessa faixa, conta Megic.
“Ao Meio” é uma canção dedicada ao amigo Pedro Mib, grande irmão da música e da vida do compositor, que havia se mudado para o exterior e estava em vias de voltar para o Brasil. “Compus ela em um dia que estava tocando uma música dele, que é no mesmo tom e levada, e me veio a letra., conta Eric. Extrato fantástico final do disco, a faixa “(boa noite)” apresenta um pedaço reinventado da primeira música do álbum, “Vida Comum”.
Encerrando o disco, “Um Dia Qualquer”, interligada com as temáticas das canções “Vida Comum” e “Toda Natureza”, é a letra que reflete mais diretamente a ideia de existir um mundo fantástico em meio aos movimentos da vida cotidiana. É sobre manter a esperança e cabeça erguida mesmo em tempos difíceis.