‘Da Boca’: novo álbum do ADL transita entre raízes clássicas do hip hop

Com 10 faixas, novo projeto do grupo que fez história no rap nacional com "Favela Vive”

Crédito/@murilodomeio

Reunindo o hip hop clássico com a linguagem atual, o grupo ADL (Além da Loucura) lança, o álbum “Da Boca”. Composto por 10 faixas, o disco estreia nas plataformas digitais via Symphonic e conta com participações de grandes nomes do rap nacional, como MV Bill, Sombra , DJ Cia e Ingrid Monteiro.

“Da Boca” trabalha a pluralidade de significados das palavras. Os artistas DK 47 e Lord, juntamente com os produtores TG e Índio, se inspiraram em gírias populares das comunidades do Rio de Janeiro para construir desde os versos até o conceito criativo do projeto. Conhecidos por letras que traçam um perfil detalhado da realidade das periferias brasileiras, o conjunto busca dar um novo holofote à cultura das favelas.

A partir dessa proposta, todas as músicas do disco foram batizadas com uma gíria: “Visão Menor”, “Brabão”, “Carro Bixo” e “Paizão”, são alguns dos exemplos que fazem parte da tracklist do álbum. “Nós fugimos do sentido literal. Pegamos uma palavra e destrinchamos ela, porque uma gíria pode ter vários significados, de acordo com o tempo, lugar e jeito que se fala”, conta Lord.

“O ADL é um grupo que marca a história do rap nacional. Iniciamos o trabalho em conjunto em ‘Favela Vive 5’ e estamos muito felizes de lançar um álbum de inéditas trazendo flow e poesia de maneira autêntica e crítica. Nosso trabalho na Symphonic é exaltar essa potência que eles carregam consigo”, destaca Ian Bueno, diretor da Symphonic Brasil.

Crias de Teresópolis, o conjunto ficou conhecido do público por conta das cyphers “Favela Vive” e “Poetas no Topo” e são referências do hip hop lírico e do boombap no Brasil. Para a construção musical de “Da Boca”, os produtores musicais do ADL, em colaboração com DJ Cia, Y4AN, Lenderk e Sativo, mergulharam nas raízes da vertente, buscando elementos orgânicos, como flautas, corais, entre outros, e analógicos que fizeram parte da popularização da sonoridade no mundo.

A masterização foi assinada por Márcio Pombo, que utilizou a tecnologia de fita magnética de 1/4 polegada, inventada em 1928. “Essa foi a mídia mais precisa e popular usada para a gravação até a implementação do digital, que desde os anos 1980 foi ganhando seu espaço, deixando para a fita analógica, um papel mais artístico, menos cotidiano”, explica Índio. Numa velocidade de 15 polegadas por segundo, a técnica imprimiu uma característica sonora única para o álbum, usando, ainda, um Otari MTR-15, gravador do início dos anos 1990.

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