“O que acontece hoje com o rap é o que a gente prezava”, reflete Edi Rock, do Racionais MC’s

“O que acontece hoje com o rap é o que a gente prezava”, reflete Edi Rock, do Racionais MC’s

Em bate-papo exclusivo, artista fala sobre referências e o futuro

No evento “Melhor Dia”, o ‘Portal da RedeTV’ teve a oportunidade de conversar com uma das lendas do rap nacional que já percorre estradas do país há 30 anos, levando mensagens de consciência e demais temas aos fãs, o integrante do Racionais MC’s, Edivaldo Pereira, conhecido também como Edi Rock, destaca o patamar que o estilo musical chegou.

“Eu só penso em trabalhar. Só penso em cantar, em continuar. Agradeço por onde o RAP tá e onde a gente tá e continuar de uma forma saudável e que a gente sempre fez, manter a raiz, as origens. Eu acho que o que acontece hoje [com o rap] é o que a gente prezava, o que a gente imaginava, é o que a gente queria no passado e que a gente falava do futuro”, iniciou.

O integrante do grupo ‘Racionais MC’s’ também diz que o momento atual do rap é uma realização de um sonho. “Hoje a gente faz parte da realização da evolução, tá ligado? Que é o reconhecimento da cultura popular, da cultura periférica, do rap, da ideologia, das filosofias que o rap sempre pregou. As nossas lutas, a nossa conquista pelo espaço e o direito da liberdade.”

É unânime que, fazendo parte de um dos grupos mais influentes do país, o nome artístico de Edi Rock acabou se tornando uma espécie de referência para as pessoas. Todavia, o próprio cantor não avalia dessa maneira.

“Ah referência não, porque outros são referência pra mim também e no mesmo meio. Então acho que é uma corrente, tá ligado? O [Mano] Brown, o Racionais é referência pra mim, eu sou racionais, saca? Então é uma corrente. A gente vai alimentando e realimentando todos. Eu acho que acaba sendo uma referência pra todos”, argumenta.

Ele ainda sublinha a ideia de que a música têm uma influência mútua, mesmo em caso de gêneros distintos. “Até a música tem suas próprias vertentes, mas até o trap, que hoje tem mais destaque, ele acaba sendo uma referência pra nós também, tá ligado?”, refletiu. ”O funk referência pra nós, o samba é referência pra nós, então eu acho que tudo é referência do outro e assim a gente vai caminhando junto um puxando o outro. Somos um bloco. Fecho nas ideias, na sintonia”, completou.

Brindar o dia de hoje, porque o amanhã…

Em setembro, Edi Rock fez a comemoração de seu aniversário com um show para os fãs em São Paulo, no espaço Audio, mas a reunião também simbolizava o fim de um ciclo para trilogia Origens, seu projeto solo.

“Ali foram várias ideias que eu juntei tudo. 50 anos de Hip-hop no mundo e acho que uns 40 aqui no Brasil, 53 anos de idade e 30 anos de estrada. Foi uma junção de ideias, mensagens, lutas e eu quis juntar em parte a minha obra. E eu vou continuar os trabalhos”, revela.

Ao final do bate-papo, Edi Rock afirma que deseja continuar sua carreira musical “enquanto tiver saúde” e deixou um conselho para os jovens que estão entrando no cenário musical.

“É o coração na frente. Um por amor, dois por dinheiro, né? Pode sugerir que é clichê, mas não é. Se você não fizer o que você ama, você não vai ter a recompensa por isso. Amar o que você faz, assim vai fazer o melhor possível.E manter as raízes, origens, de onde você veio”, finalizou.

Fonte: RedeTV

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