O rapper e compositor Lester retorna ao cenário musical com o lançamento de Xambra, seu mais novo álbum. Idealizado antes da pandemia, o projeto passou por uma longa gestação até ganhar forma definitiva. Inicialmente concebido como um disco irreverente e provocativo, repleto de faixas dançantes, letras debochadas e uma sonoridade que mescla trap e funk, a obra evoluiu para um trabalho mais pessoal, sem abrir mão de sua identidade caótica e irreverente.
Ao longo do desenvolvimento de Xambra, Lester experimentou um conflito criativo que o levou a expandir sua abordagem. Se no início a intenção era um projeto totalmente sujo e debochado, inspirado no universo do shittrap, o tempo permitiu que ele incorporasse novas camadas ao disco. O resultado é um mosaico dinâmico de faixas que transitam entre a irreverência e a introspecção, proporcionando uma experiência auditiva multifacetada.
A sonoridade do álbum reflete essa complexidade. Ainda que ancorado no trap e no funk, Xambra aposta em uma produção ousada, com beats marcantes, timbres experimentais e um uso expressivo de samplers. A proposta sonora é criar um impacto imediato, seja pelo ritmo contagiante ou pela força das letras. Entre faixas frenéticas e momentos de respiro, o projeto se consolida como uma experiência pulsante e envolvente.
Lester descreve Xambra como um novo cartão de visitas para sua carreira. Após um longo período sem lançamentos, ele reaparece com um trabalho que sintetiza suas influências e visões de mundo. “Esse disco é para quem gosta de rap experimental, mas também curte ritmos populares. Minhas letras têm punchlines afiadas e muitas referências, mas se a galera curtir só pelos beats, pra mim já está valendo”, comenta o artista.
A inspiração para o projeto surge de um cruzamento entre rap e comédia. Lester destaca a similaridade entre os dois universos, explorando punchlines e timing para surpreender o ouvinte. Com influências que vão desde Lil Wayne a nomes da cena alternativa como Lukhaos e Link do Zap, o rapper busca criar músicas imprevisíveis e provocativas, capturando a essência da cultura urbana e seus desdobramentos.
“Xambra é uma confusão gostosa, um caos cheio de tesão que tem seus absurdos, suas reflexões, suas tirações de onda, tem mentira, tem verdade… é a xinforinfola do Chaves se ela fosse um disco. E eu realmente espero que o público dê uma chance, porque é um projeto que demorou muito pra ser feito e acho que retrata muito bem a minha personalidade. É meu novo cartão de visita, espero que gostem e que sejam tocados por ele. Tocados de maneira consensual e sensual, sempre, por favor.”
Sem videoclipes confirmados até o momento, Xambra foca inteiramente na experiência sonora. O álbum conta com a colaboração de diversos beatmakers, incluindo GodBoyPédris, Mr.M, T-Kess, LR Beats, Niightito Beats, RonalDuhh, blacksoundandbeat, Kodomo Cat, DVNTV$ e Midas. A mixagem e masterização ficaram a cargo de Jabba, The Producer.