Um dos fundadores da icônica banda de Rap Facção Central trás em seu currículo clássicos do Rap Nacional compostos por ele, bem como álbuns, videoclipes, palestras e livros lançados. Nascido em 24 de agosto de 1975, o rapper continua escrevendo sua história e deixando um legado para as próximas gerações.
Eduardo cresceu em bairros pobres e violentos da periferia de São Paulo. Sua mãe chegou a pedir esmolas nas ruas e depender de cesta básica que algumas igrejas distribuiam para alimentar a família, visto que o pai que tinha outra família havia se distanciado gradativamente deles durante esse tempo.
Para ajudar a mãe, Eduardo ia para feiras colher restos de frutas e legumes que sobravam ao fim da feira para levar alimento pra sua casa. Na maioria das vezes mal tinham arroz e feijão para comer.
Após passar uma infância difícil vivendo em pensões e cortiços, na adolescência, Eduardo se envolveu em pequenos furtos e roubos. Abandonou a escola na quinta série e ficava nas ruas cuidando de carros para ganhar algum dinheiro para ajudar a mãe a sustentar a família.
Não tinha condições de comprar roupas e calçados, então ele via no crime uma saída para poder ter uma vida melhor, com sete anos de idade roubou um toca fitas e dólares de um japonês. Em outra situação, Eduardo foi para a Delegacia de Polícia para uma averiguação de furto em super mercado mas foi liberado sem que houvesse provas suficientes contra ele.
Eduardo, conheceu o Rap através de seu cunhado que lhe trouxe um gravador roubado com uma fita cassete que tinha uma música da então dupla Thaide e DJ Hum com a música Corpo Fechado. Após ouvir a música, Eduardo se encantou com aquela música com rima falada e tentou também escrever algo parecido e mostrou ao seu cunhado, que era apelidado de Equipado, segundo relatos.
Mais tarde, Eduardo ingressou no grupo Facção Central e gravou seu primeiro álbum Juventude de Atitude com músicas que fizeram sucesso na década de 90 como Artistas ou Não, Pilantra e 190. A partir daí Eduardo enxergou uma nova possibilidade de vida fora do crime e junto com seu parceiro de rua Dum Dum, formaram um grupo chamado Esquadrão Menor.
O grupo seguiu seus trabalhos gravando discos que marcaram toda uma geração de admiradores e fãs reais do grupo, como os álbuns Estamos de Luto, Versos Sangrentos, A Marcha Fúnebre Prossegue, Direto do Campo de Extermínio e o Espetáculo do Circo dos Horrores. Destaque para músicas como ‘Desculpa mãe’, ‘Isso aqui é uma guerra’, ‘Brincando de Marionetes’, ‘Detenção sem muro’, ‘Hoje Deus anda de carro blindado’, entre outras grandes composições que credenciaram o grupo como um dos maiores grupos de Rap Nacional das décadas de 90 e 2000.
Assim foi até o início de Março de 2013, quando Eduardo divulgou sua saída do grupo e o início de sua carreira solo que 1 ano depois lançava seu primeiro trabalho solo, o álbum A Fantástica Fábrica de Cadáver e por fim seu mais recente trabalho lançado esse ano, O Necrotério dos Vivos.
Eduardo também já lançou dois livros, A Guerra Não Declarada na Visão de um favelado volumes 1 e 2, lançados entre 2008-2012 e 2016. Além da música, o rapper é palestrante e ativista político social bem atuante em todo território nacional, com visitas frequentes a escolas, universidades, associações, ONGs e também na Fundação Casa.
Sem dúvida nenhuma, Eduardo Taddeo está escrevendo sua história na música e no ativismo como uma das figuras públicas mais notórias dessa geração.
Colaborou Salasecreta3s.com