Eduardo Taddeo chega aos 45 anos; música, ativismo, educação são suas principais bandeiras

Eduardo Taddeo chega aos 45 anos; música, ativismo, educação são suas principais bandeiras

Um dos fundadores da icônica banda de Rap Facção Central trás em seu currículo clássicos do Rap Nacional compostos por ele, bem como álbuns, videoclipes, palestras e livros lançados. Nascido em 24 de agosto de 1975, o rapper continua escrevendo sua história e deixando um legado para as próximas gerações.

Eduardo cresceu em bairros pobres e violentos da periferia de São Paulo. Sua mãe chegou a pedir esmolas nas ruas e depender de cesta básica que algumas igrejas distribuiam para alimentar a família, visto que o pai que tinha outra família havia se distanciado gradativamente deles durante esse tempo.

Para ajudar a mãe, Eduardo ia para feiras colher restos de frutas e legumes que sobravam ao fim da feira para levar alimento pra sua casa. Na maioria das vezes mal tinham arroz e feijão para comer.

Após passar uma infância difícil vivendo em pensões e cortiços, na adolescência, Eduardo se envolveu em pequenos furtos e roubos. Abandonou a escola na quinta série e ficava nas ruas cuidando de carros para ganhar algum dinheiro para ajudar a mãe a sustentar a família.

Não tinha condições de comprar roupas e calçados, então ele via no crime uma saída para poder ter uma vida melhor, com sete anos de idade roubou um toca fitas e dólares de um japonês. Em outra situação, Eduardo foi para a Delegacia de Polícia para uma averiguação de furto em super mercado mas foi liberado sem que houvesse provas suficientes contra ele.

Eduardo, conheceu o Rap através de seu cunhado que lhe trouxe um gravador roubado com uma fita cassete que tinha uma música da então dupla Thaide e DJ Hum com a música Corpo Fechado. Após ouvir a música, Eduardo se encantou com aquela música com rima falada e tentou também escrever algo parecido e mostrou ao seu cunhado, que era apelidado de Equipado, segundo relatos.

Mais tarde, Eduardo ingressou no grupo Facção Central e gravou seu primeiro álbum Juventude de Atitude com músicas que fizeram sucesso na década de 90 como Artistas ou Não, Pilantra e 190. A partir daí Eduardo enxergou uma nova possibilidade de vida fora do crime e junto com seu parceiro de rua Dum Dum, formaram um grupo chamado Esquadrão Menor.

O grupo seguiu seus trabalhos gravando discos que marcaram toda uma geração de admiradores e fãs reais do grupo, como os álbuns Estamos de Luto, Versos Sangrentos, A Marcha Fúnebre Prossegue, Direto do Campo de Extermínio e o Espetáculo do Circo dos Horrores. Destaque para músicas como ‘Desculpa mãe’, ‘Isso aqui é uma guerra’, ‘Brincando de Marionetes’, ‘Detenção sem muro’, ‘Hoje Deus anda de carro blindado’, entre outras grandes composições que credenciaram o grupo como um dos maiores grupos de Rap Nacional das décadas de 90 e 2000.

Assim foi até o início de Março de 2013, quando Eduardo divulgou sua saída do grupo e o início de sua carreira solo que 1 ano depois lançava seu primeiro trabalho solo, o álbum A Fantástica Fábrica de Cadáver e por fim seu mais recente trabalho lançado esse ano, O Necrotério dos Vivos.

Eduardo também já lançou dois livros, A Guerra Não Declarada na Visão de um favelado volumes 1 e 2, lançados entre 2008-2012 e 2016. Além da música, o rapper é palestrante e ativista político social bem atuante em todo território nacional, com visitas frequentes a escolas, universidades, associações, ONGs e também na Fundação Casa.

Sem dúvida nenhuma, Eduardo Taddeo está escrevendo sua história na música e no ativismo como uma das figuras públicas mais notórias dessa geração.

Colaborou Salasecreta3s.com

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