Com BNegão, single do Baião de Spokens é manifesto de uma era

Com BNegão, single do Baião de Spokens é manifesto de uma era

Intenso, sombrio e indispensável, "Idade Ruydosa" promete mexer com os sentidos do ouvinte.

Tensão. Revolta. Agonia. Estes são alguns dos sentimentos que podem aflorar ao ouvir “Idade Ruydosa”, o novo single do projeto Baião de Spokens com a participação intensa do rapper BNegão, que também assina como co-autor da composição, ao lado de Caco Pontes e Caleb Mascarenhas. A música estará no novo EP intitulado Status Quântico/EPiko previsto para sair no segundo semestre pelo selo Amplifica Records.

“Inicialmente a música nasceu como poema, quando foi publicado em meu livro “Sociedade Vertical” (2014). Depois surgiu a versão musical concebida junto ao parceiro Caleb Mascarenhas. Nos shows agregamos mais elementos instrumentais, além do beat eletrônico originário e então optei por fazer o registro, especialmente por inspiração na potência agregadora do BNegão, que pouco antes de iniciar a pandemia somou com sua letra complementar, fazendo a ponte direta nessa linha do tempo-espaço, ao ponto de convergir neste manifesto poético/político/distópico/ruídoso”, conta o poeta e músico Caco Pontes.

Os beats sombrios e os versos diretos, crus e minimalistas se complementam perfeitamente neste manifesto crítico à esta era ruidosa em que vivemos, de intensos conflitos ideológicos agravados pela pandemia de Covid-19.

A sonoridade marcante reflete a contundência dos graves sob influência da bass culture, na levada dubstep, integrando beat eletrônico com bateria acústica, sintetizadores, guitarras, filtros, reverbs e delays. Na letra, os atuais atritos políticos, ideológicos e sociais intensificam e expõem os ruídos da comunicação e das relações interpessoais. “Hienas, PMs, juízes, abutres, parlamentares, lobos, generais, capitães/da onde vieram, será que não tiveram mães?”, canta Caco.

O Baião de Spokens é um projeto literomusical que mescla performances poéticas com experimentações sonoras, musicais e visuais, inspirado pelo Spoken Word – performance artística em que as letras de músicas, poemas ou histórias são faladas ao invés de cantadas – e pela poesia falada, um estilo pouco difundido no Brasil em registros fonográficos atuais, mas que pode ser assimilado também nos slams, ou batalhas de poesia.

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