Militância, groove e poesia no primeiro álbum da Favela Soul

Militância, groove e poesia no primeiro álbum da Favela Soul

Banda celebra a data com críticas sociais e otimismo em Groove do Bom, um belo resumo da filosofia da cultura da rua para rua.

Groove do Bom chega nesta sexta, 21/05, dançante, contestador e instigante para trilhar o caminho traçado pela Favela Soul. São dez anos de estrada fazendo a vida da periferia alagoana mais leve. Letras críticas e musicalidade marcante fazem parte do DNA da Favela Soul, que segue à risca a filosofia do movimento hip hop interpretando a realidade social periférica.

O diferencial da banda está na devolução dessa interpretação para a periferia. Favela Soul passa a visão da cultura da rua para a própria rua, abordando temas do cotidiano sempre com uma mensagem positiva para quem vive essa realidade. O objetivo não é só mudar o cenário, mas mostrar que a mudança está dentro de cada um, não importa a condição social.

Para contar essa história e disseminar as ideias, Favela Soul selecionou dez canções. Cinco inéditas, Cultive o Amor, Mantendo a Conduta, Disposição, Pronto Pra Vencer e Essa Menina, com grandes mensagens de otimismo para esses tempos pesados. E novas versões do EP Solta Esse Black, lançado em 2017, incluindo Black que é Black, vencedora do II Festival Em Cantos de Alagoas.

Com referências nacionais e internacionais, como The Roots, Planet Hemp, Cypress Hill, Nação Zumbi e De Falla, e bebendo em ritmos como funk, rap e rock, Favela Soul construiu uma sonoridade mais pessoal nesse trabalho. “Os beats eletrônicos assumindo a cozinha da banda, junto com o baixo sem a presença de uma bateria acústica, com certeza é o traço marcante desse disco.”, explica Mc Tribo, vocalista e letrista da banda.

A aposta nos beats, sem perder a pegada orgânica, foi um caminho natural. “Conseguimos manter o equilíbrio das duas partes sem que uma anule a outra.”, explica Carlos PXT, DJ e beatmaker que assina a produção do álbum. Carlos buscou referências no funk norte-americano e suas fusões com o rock no final dos 1980/90. “Rick James, George Clinton e Prince, por exemplo, utilizaram muitos elementos do hip hop nas bases do funk soul nessa época. E essa é uma grande influência para todos da banda.”, diz.

Os anos de atuação no cenário cultural periférico trouxeram amadurecimento não só musical. São mais de dez anos de resistência e perseverança, passando mensagem em cima de um som autoral e de qualidade. “Isso não temos como mensurar a real importância, mas já sabemos que é histórico dentro do contexto da música autoral Alagoana.”, reconhece Mc Tribo.

Há muito planejado, “Groove do Bom” vira realidade com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, através da Lei Aldir Blanc. “Lançar um disco não é uma tarefa tão fácil, e nem um pouco barato. Seguimos com esse sonho que só foi possível com o incentivo, fundamental para conseguirmos custear esse lançamento.”, revela Mc Tribo.

Ouça aqui: ditto.fm/groovedobom

Faixas:

1. Black que é Black
2. O Jogo Vira
3. Menino Black
4. Pronto Para Vencer
5. Mantendo a Conduta
6. Cultive o Amor
7. Essa Menina
8. Disposição
9. Groove de Preto
10. Black Power Nordestino

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