Lançada nesta sexta-feira (19), a faixa “Noiz por Noiz” de Pedro Simples e Alinega é um manifesto contra o atual cenário político, fazendo referência às questões indígenas, de raça e gênero. O feat dos dois artistas, criado no ano passado, continua em pauta até hoje, enfatizando a relevância contínua da luta destes grupos por direitos iguais. 

“Essa música é um protesto verbal sobre nosso estado governamental e seus genocídios, além da propagação das culturas necropolítica, misógina, escravocrata e elitista. A participação do Alinega na faixa acontece justamente para  dar voz à  comunidade preta  e LGBTQIA+.” explica  Pedro Simples 

Usar o rap como forma de protesto não é uma novidade, mas ainda há pautas que enfrentam resistência por parte da própria comunidade. O mundo mudou e com isso algumas vozes precisam ainda mais ser ouvidas, sendo o rap uma forma de expressão que precisa acompanhar e dar espaço a letras que falem sobre estas mudanças.

É esta pluralidade no gênero que possibilita que o público consuma artistas que se posicionem em prol a essas causas. E com o EP Feita Para Ser Amada, por exemplo, que Alinega mostra seu trabalho como um rapper trans masculino não binário. 

“Não sou um homem trans apenas no rap, sou na vida como um todo, então é sempre difícil. Dentro do rap ainda há uma separação, e são as mulheres cis que cedem um pouco desse espaço para as pessoas trans. Mas isso ainda não é representatividade. Eu quero ver os meus iguais sendo representados e esse é o meu lugar: ser referência para outros NBoys que passam pelo mesmo que eu passo.” finaliza Alinega.